terça-feira, 16 de novembro de 2010

Cartas a Sandra

Olá amigos,


Eu sei que ando atrasada em relação à minha sugestão mensal de leitura, mas esta tarefa de conseguir ler um livro por mês... é um pouco mais árdua do que estava a espera! 
De qualquer forma, " Cartas a Sandra" de Vergílio Ferreira foi a minha escolha para ocupar as horas vagas do mês de Outubro!
Dizer-vos que adorei é pouco, muito pouco para o descrever.
Escrito por um dos maiores e melhores prosadores de língua Portuguesa, este livro foi editado post mortem pela filha do escritor, que encontrou estas cartas amontoadas juntamente com outros manuscritos inacabados.
Este legado deixado por Vergílio Ferreira, é para mim, o mais especial de todos os que o escritor escreveu.
Como o próprio nome do livro indica, são uma compilação de cartas. Cartas de amor, que Paulo escreveu para a mulher, Sandra, depois da morte desta.
Este livro é considerado um epílogo ao romance " Para Sempre". Porém, neste é ainda mais evidente a catarse de um amor inesgotável. 
Um amor tão forte que as palavras não são capazes de o descrever e onde " a dimensão metafísica desempenha um papel apaziguador no desespero obsessivo de Paulo na evocação da memória de Sandra".
Existe um fatalismo romântico neste livro, que para mim, foi a cereja em cima do bolo! Não só foram escritas para uma pessoa que já tinha morrido, como a ultima carta publicada no livro, foi a única testemunha da morte o escritor! 
Vergilio Ferreira foi encontrado morto debruçado sob a mesa onde escrevia diariamente. Faleceu da forma como viveu, escrevendo. Sendo as ultimas palavras do escritor para a mulher. 
Muito bom mesmo! 

Até breve**

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Em busca do amor


"O meu destino disse-me a chorar:
Pela estrada da vida vai andando,
E, aos que vires passar, interrogando,
Acerca do amor, que hás-de encontrar".

Fui pela estrada a rir e a cantar,
As contas do meu sonho desfiando...
E noite e dia, à chuva e ao luar,
Fui sempre caminhando e perguntando...

Mesmo a um velho eu perguntei: 
 Velhinho viste o amor acaso em teu caminho?
E o velho estremeceu...
Olhou...
E riu...

Agora pela estrada, já cansados,
Voltam todos pra trás desanimados...
E eu para o murmurar: 
Ninguém o viu passar..."

Florbela Espanca, Sonetos

sábado, 6 de novembro de 2010

Histórias com gente dentro - O meu amor



Histórias com gente dentro.

Esta história " o meu amor" foi uma das primeira contadas neste programa, transmitido pela SIC e conquistou-me completamente. Confesso-vos que em algumas partes emocionou-me a ponto de estar a fazer um esforço para tentar controlar as lágrimas.
Eu sei que ando uma lamechas. Amor para cá amor para lá e já houve quem apresentasse as suas queixas =P mas meus amigos, de momento deu-me para isto! Tenham lá paciência que isto passa-me!
De qualquer forma, acho este programa fantástico. Grandes reportagens que "dão voz às pessoas, aos seus estados de alma, sentimentos e vivências. Gente anónima com historias extraordinárias"
"E toda a gente tem uma história para contar. Basta querer ouvir"
Da autoria de Ana Sofia Fonseca, estas histórias são contadas todas as semanas, à sexta-feira a noite, depois do Jornal da Noite!

"Vidas que se cruzam, histórias de amor e de ódio, de alegria e de tristeza. Do dia-a-dia. Em cada programa, um tema comum a todos nós. Um olhar diferente sobre o país. "


Até breve**

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O coração da terra bate ao ritmo dos teus passos


Meu amor,

Escrevo-te cartas para contrariar a tendência de já ninguém o fazer. Eram assim que sempre começavam as minhas cartas para ti! 
Lembraste como costumavas espicaçar-me à conta dos meus ideias românticos? Dizias ser a ultima romântica do século XXI e que escrevia cartas de amor apenas para indignar Fernando Pessoa!
As tuas palavras não me impediam de te escrever, tanto que perdi a conta de quantas te escrevi. Apesar de nunca ter tido coragem de perguntar-te, sei que ainda as guardas, fechadas algures dentro de um baú qualquer onde armazenaste tudo o que um dia representou um "nós". 
Tenho-me questionado se depois de mim, alguma outra, que ocupou o meu lugar voltou a escrever-te. Guardo secretamente o desejo masoquista de por tuas mãos não ter voltado a passar uma outra carta de amor. Assim, ao menos continuarei a ser para ti aquela que escrevia lirismos amoroso em papel perfumado.
Por estranho que te possa parecer, depois de ti comecei a achar que Pessoa tinha razão. Agora todas as cartas de amor parecem-me tristemente ridículas. 
Continuo a acreditar num amor antiquado que marcou outras épocas. Num amor que vive-se uma só vez na vida. Num romantismo doentio em que ainda era possível morre-se por um desgosto amoroso.
Num amor como o de Virgílio Ferreira e Sandra, como o de Inês e Pedro, como o de Elizabeth e Mr. Darcy, apenas perdi a capacidade de escrever para outro que não tu.
É ainda estranho ver-te somente como um amigo. Houve um tempo, em que acreditei que envelheceríamos juntos. 
Dar-te por garantido foi o meu maior erro.
Julguei-te meu.  Oh como julguei-te mal.
Não sei dizer-te quando ou porquê comecei a tratar-te como um apêndice que trazia pendurado ao coração.
Podia tentar culpar o tempo. Habituei-me a ti. E usei-te com a mesma certeza de que, tal como o ar que respiro também tu serias ilimitado.
Conduzi-te pela minha mão cega e inconsciente ao abismo de nós, sem me aperceber que ia esgotando um sentimento que presumi infinitamente inesgotável.
Este meu amor, foi o meu 2º maior erro. Esqueci que as presunções são por regra ilidíveis.
Hoje, compreendo com absoluta clareza das coisas inexplicáveis, que as tuas mãos escreveram na minha pele uma maldição que irei transportar comigo até ao fim. E que o prazer que o meu corpo conhece, é o que aprendeu com o teu e é esse prazer que ensino a outros homens, que uso para tentar enganar a ausência de ti.

Até breve**

Circo de feras e palhaços

Olá amigos,

Eu sei que tinha prometido não manchar o meu blogue com temas obscuros como politica... mas tenho de abrir uma excepção. É que as coisas andam de tal forma ridículas que se não escrevo rebento!
Mas não fiquem assustados.... a epidemia de insanidade ainda não chegou a estes lados! Serão apenas uns pequenos comentariozitos inocentes ao nosso actual circo politico! 


E já que referi isto, que tal começar pelo famoso acordo orçamental. Que triste espectáculo. O que me preocupa, é que nenhuma das partes demonstrou uma coisa que considero ser primordial para alguém que tem de dirigir um País...ou que o pretende vir a dirigir... BOM SENSO.
Pelo contrário, estas negociações e o seu fracasso representaram apenas uma estratégia explicita de puro oportunismo partidário que só ajudou a clarificar a desconfiança dos mercados internacionais em Portugal!!! 
E como se isto não fosse mau o suficiente, em menos de 24horas os mesmos brincalhões decidem reatar as negociações, depois de proferidos insultos infantis e comportamentos que nem a garotos se admite, e selam um acordo de austeridade num selecto bairro lisboeta da Lapa...na casa Eduardo Catroga!!!! Qual formalismo democrático? Esqueçam lá isso!! 
Ainda no mesmo assunto, tenho ouvido que algumas pessoas consideram boa ideia a vinda do FMI em vez deste acordo...nomeadamente o Presidente do Governo Regional da Madeira... ora bem...apesar da minha infundada ignorância neste campo, parece-me que tendo em consideração que a inexistência de orçamento levaria a um descrédito (ainda maior) internacional, ao consequente fecho do crédito e a intervenção do FMI a vir pôr ordem na casa...já que nós não somos capazes, seria mais vergonhoso do que o campeonato que o Benfica está a ter este ano!! (peço desculpa, não resisti) 
Deixo por fim uma ideia, muito parva a estes senhores, e que tal deixarem-se de jogos calculistas politico-partidários, arrogâncias e vaidades e fazerem o que vós compete... sei lá...vem-me assim a cabeça colocarem para variar os interesses de Portugal e dos portugueses em primeiro lugar??!! (eu avisei que era uma ideia muito parva... mas eu sempre tive uma certa tendência para utopias...)


O outro assunto, que na realidade não é bem outro assunto, é o misterioso fosso para onde vai o dinheiro desviado...desviado não que é feio... a derrapagem das despesas do estado. Isto sim devia virar um dogma! É que fala-se em derrapagem, em défice, mas ainda não ouvi ninguém me explicar o porquê? para quê? ou para quem foi utilizado este dinheiro.
Mais grave que isto, medias para impedir que isto aconteça? heresia meus amigos! Criação de um organismo externo que investigasse estas derrapagens...uiii isto daria uma confusão tremenda! (e aqui entre nós... muitas personagens governamentais iam passar a ver o sol aos quadradinhos... dizem as más línguas que corrupção, enriquecimento sem causa, má fé, são crime...)
Sabem aquele livro "onde está o wally" ? em portugal é "onde está o dinheiro roubado dos contribuintes" 


Para terminar, não posso deixar passar as presidenciais! Cavaco volta a recandidatar-se, até aí não existe grande novidade. O curioso é que o senhor Silva lembrou-se agora de ser poupado! Vejam só! Afinal ainda existe seres iluminados!
Que bela mensagem transmite aos portugueses: "Vamos poupar quando já não tivermos o que poupar".
Fora a ironia, isto pode ser uma media que prejudique a sua reeleição, é verdade, mas não deixa de ter sido um excelente golpe de campanha! 
Em tempo de crise o ainda PR sacrifica-se pelo seu povo! Onde é que já ouvi esta história? Ainda reforça este paternalismo fora de tempo, proferindo que irá gastar menos de metade dos cerca de 4,2 MILHÕES de euros permitidos por lei! 
Apesar destas opções serem tácticas populista e demagogas, fiquei feliz em as ouvir! (beneficia a economia e o ambiente!!!)
Tarde e a mal horas, temos de começar a encarar que somos um País um bocadinho desprotegido de verbas... e como tal só existe uma forma de alterar isto, gastar menos. Gastar de forma inteligente. Acima de tudo, gastar o dinheiro dos outros como se fosse o nosso! 

Pronto, depois desta diarreia de disparates dos nossos governantes vou voltar para o meu mundo utópico! 

Até breve**

(Ah!! Por favor... não reportem novamente o meu blogue à google por causa deste post... ninguém leva a sério as coisas que eu escrevo! Não vale a pena darem-se ao trabalho...)